terça-feira, 4 de outubro de 2016

[RESENHA] CARTAS DE AMOR AOS MORTOS, DE AVA DELLAIRA






ISBN: 9788565765411
Tradutor: Alyne Azuma
Lançamento: 05 de Julho
Ano: 2014
Páginas: 344
Editora: Seguinte


Nota do Livro: 








Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.




Comecei a ler esse livro sem muitas expectativas, afinal, é escrito de uma forma totalmente diferente da qual estou acostumada a ler. Mas posso afirmar que foi uma das maiores surpresas que tive esse ano no mundo literário.
O livro é inteiramente escrito em forma de cartas para personalidades que já morreram, principalmente ligadas ao cenário musical, nelas Laurel, tenta entender o passado dessas pessoas enquanto tenta lidar com o seu.
Vi Laurel inicialmente como uma garota doce, insegura e que tenta aceitar a morte de sua irmã May, a separação de seus pais e lidar com o início do ensino médio. Logo de início dá para perceber que Laurel vive um momento de negação e que não está sabendo lidar com a morte de May e com os segredos existentes por trás dessa tragédia. May era a inspiração de Laurel, quem a protegia, sua melhor amiga. Dá para perceber que Laurel vivia a sombra de May, que era, aos seus olhos, uma pessoa livre, alegre, extrovertida.
Logo no inicio do livro percebi que Laurel estava dentro de um grande abismo de angustia, sem amigos, com uma família desestruturada, não tinha com quem conversar e compartilhar seus medos e anseios, estava totalmente perdida dentro de si e não sabia como lidar com isso.
Assim, em uma aula de inglês, recebe como tarefa escrever uma carta a uma pessoa que já morreu, logo Laurel escolhe Kurt Cobain, uma cantor que a irmã adorava, porém a profundidade do que escreve é tão grande que não tem coragem de entregar a carta para a professora.
Assim inicia-se um verdadeiro diário, com cartas dedicadas aos ídolos já mortos. Dá para perceber que essas cartas, são a forma que Laurel encontrou para lidar com tudo a sua volta.
Ao ler o livro você percebe que há mais, além daquilo que foi dito e você só vai perceber a profundidade da questão quase no final do livro.
As cartas são lindas, tocantes e inocentes e faz o leitor se colocar dentro da própria história. A história é emocionante, te faz rir, chorar e pensar um pouco em questões sérias de maneira totalmente inocente e despretensiosa.
O livro retrata de maneira brilhante a depressão, a homossexualidade, o primeiro amor,  a desestruturação familiar, sem deixar de ser sutil e leve.
Me emocionei muito com o livro, sem contar o grande teor musical, ao longo do livro é citada várias músicas e ao ouvi-las você percebe que tem tudo haver com a história que está sendo contada.
Por fim vale a pena cada minuto gasto lendo este livro, ele é incrível e surpreendente do início ao fim.

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