quinta-feira, 6 de outubro de 2016

[RESENHA] ENQUANTO EU TE ESQUECIA, JENNIE SHORTRIDGE









  • ISBN: 978-85-67028-12-5
  • Tradutor: Elisa Nazarian
  • Lançamento: 2014
  • Páginas: 384
  • Editora: Única










Lucie Walker não se lembra de quem é ou como foi parar nas águas geladas da Baía de São Francisco. Encaminhada para uma clínica psiquiátrica, ela aguarda até que um homem chega afirmando ser seu noivo. Entretanto, com seu retorno para casa, essa mulher sem memória vai tomando conhecimento de sua personalidade antes do acidente, da pessoa controladora, fria e sem vida que era, e dos segredos da infância e da família, assim como da situação do noivado e dos mistérios que podem ter provocado o acidente.
Será que ela quer isso de volta? Será que essa nova Lucie conseguirá manter o amor por Grady, ou a oportunidade de recomeçar será sua salvação? Intenso, franco e incrivelmente emocionante, Enquanto eu te esquecia é um livro delicado, que nos questiona sobre a maneira que vivemos e nos lembra que sempre temos uma nova chance de ser feliz.



A história começa em ritmo de suspense Lucie Walker está nas águas da Baía de São Francisco e não consegue se lembrar de nada referente a sua vida pessoal.
Ao ser enviada a uma clínica é diagnosticada com uma espécie rara de amnésia, chamada fuga dissociativa, ligada a um trauma vivido recentemente.
Por meio da imprensa, Grady, seu noivo, com quem está de casamento marcado, a encontra. Assim, ao se deparar com a possibilidade de um possível noivo, fica amedrontada com o que lhe reserva essa nova vida.
Ao voltar a sua antiga vida, com seu noivo Grady, Lucie se ver perdida em meio a tantas lembranças perdidas e começa a perceber a mulher fria, controladora e sem vida que era antes de sofrer esse trauma.
Pois bem, ao meu ver o livro retrata a possibilidade de uma segunda chance, onde Lucie tem a oportunidade de ser uma pessoa melhor, mais humana e carinhosa que era antes da amnésia, ao mesmo tempo retrata traumas já vividos no passado, que ela havia fugido até então, e que agora terá que enfrentar.


O livro é dividido em três partes, retratando, as perspectivas e emoções de Grady, Lucie e Helen, uma tia de Lucie com quem esta não conversa a muitos anos.
É uma história complexa, mas de fácil leitura, nos deparamos com o sofrimento de Grady, ao não saber lidar com essa nova Lucie em sua vida. A tentativa de Lucie em seguir em frente e se afastar cada vez mais da antiga pessoa que era e os traumas de Helen, que vive imersa no passado e nos problemas que afligiram sua família.
É uma leitura boa, simples e direta, porém acho que alguns ganchos não foram fechados, apesar de ser um livro relativamente grosso. Não sei ao certo se essa foi a intenção da autora, porém, ao meu ver, fica muitos pontos em aberto, apesar de muito explorados no decorrer da narrativa, e que não foram respondidos no livro.
Apesar disso, vale a pena a leitura, pois nos faz pensar em nossas atitudes e que muitas vezes não teremos uma segunda chance para consertar nossos erros.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

[RESENHA] CARTAS DE AMOR AOS MORTOS, DE AVA DELLAIRA






ISBN: 9788565765411
Tradutor: Alyne Azuma
Lançamento: 05 de Julho
Ano: 2014
Páginas: 344
Editora: Seguinte


Nota do Livro: 








Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.




Comecei a ler esse livro sem muitas expectativas, afinal, é escrito de uma forma totalmente diferente da qual estou acostumada a ler. Mas posso afirmar que foi uma das maiores surpresas que tive esse ano no mundo literário.
O livro é inteiramente escrito em forma de cartas para personalidades que já morreram, principalmente ligadas ao cenário musical, nelas Laurel, tenta entender o passado dessas pessoas enquanto tenta lidar com o seu.
Vi Laurel inicialmente como uma garota doce, insegura e que tenta aceitar a morte de sua irmã May, a separação de seus pais e lidar com o início do ensino médio. Logo de início dá para perceber que Laurel vive um momento de negação e que não está sabendo lidar com a morte de May e com os segredos existentes por trás dessa tragédia. May era a inspiração de Laurel, quem a protegia, sua melhor amiga. Dá para perceber que Laurel vivia a sombra de May, que era, aos seus olhos, uma pessoa livre, alegre, extrovertida.
Logo no inicio do livro percebi que Laurel estava dentro de um grande abismo de angustia, sem amigos, com uma família desestruturada, não tinha com quem conversar e compartilhar seus medos e anseios, estava totalmente perdida dentro de si e não sabia como lidar com isso.
Assim, em uma aula de inglês, recebe como tarefa escrever uma carta a uma pessoa que já morreu, logo Laurel escolhe Kurt Cobain, uma cantor que a irmã adorava, porém a profundidade do que escreve é tão grande que não tem coragem de entregar a carta para a professora.
Assim inicia-se um verdadeiro diário, com cartas dedicadas aos ídolos já mortos. Dá para perceber que essas cartas, são a forma que Laurel encontrou para lidar com tudo a sua volta.
Ao ler o livro você percebe que há mais, além daquilo que foi dito e você só vai perceber a profundidade da questão quase no final do livro.
As cartas são lindas, tocantes e inocentes e faz o leitor se colocar dentro da própria história. A história é emocionante, te faz rir, chorar e pensar um pouco em questões sérias de maneira totalmente inocente e despretensiosa.
O livro retrata de maneira brilhante a depressão, a homossexualidade, o primeiro amor,  a desestruturação familiar, sem deixar de ser sutil e leve.
Me emocionei muito com o livro, sem contar o grande teor musical, ao longo do livro é citada várias músicas e ao ouvi-las você percebe que tem tudo haver com a história que está sendo contada.
Por fim vale a pena cada minuto gasto lendo este livro, ele é incrível e surpreendente do início ao fim.